Quero tuas mãos astutas,
atentas a meu corpo,
Como se fazem atentas
E assíduas
ao corpo de teu lamuriento amante violão, praguejando
noite adentro
seu ‘blues’
Afina-me à meia noite, à meia lua, à meia luz!
Dedilha-me as cordas
De libidinoso rouco baixo —
Num denso e vagaroso jazz de lascivas vísceras —
como quem toca dedicado,
ainda que para platéia vazia.
Meus melhores acordes alcançam teu nome, apenas.
Sou sonora e gravemente tua.
— Alana Marroquim, Jul. 2023